Semeando Esperança


31/03/2010 – Obediência: humildade e confiança
31/03/2010, 8:07 pm
Filed under: Semanal

Na nossa sociedade atual, o conceito de obediência tem sido desvirtuado. Vista com desdém, obediência é considerada como uma característica de fraqueza ou de inferioridade. Vê-se o obediente como uma pessoa sem “tutano” – do mesmo modo como se vê o submisso como alguém sem opinião. Mas, como quase tudo em nossas vidas, quando colocado sobre à luz de Deus, os conceitos se invertem e voltam à ordem correta. Resumindo: não há como se relacionar com Deus sem que haja obediência. E a obediência está intrinsecamente ligada com outros dois conceitos – a humildade e a confiança. Estes três co-existem e a falta de um inibe a existência do outro.

Colocando em três frases:
– O obediente é humildade e confiante. (Obedece por reconhecer a valia no que foi mandado e por ter confiança em quem mandou.)
– O confiante é obediente e humilde.(Mostra humildade por confiar em outra pessoa – o altivo confia apenas em si mesmo [Pv. 16:5] – e por obedecer as palavras ditas.)
– O humilde é confiante e obediente.

Apesar de ser um pouco redundante, acho importante destacar que há pequenas diferenças entre as frases – a ênfase dada em cada uma é diferente. A Bíblia nos relata diversas passagens sobre a obediência – para evitar um ainda mais extenso prolongamento, vou mencionar em três tópicos algumas características sobre esse assunto que devem ser observadas por todos:

1) II Co 2:9 – Obedientes em tudo (OBEDIÊNCIA)
Paulo, no versículo mencionado acima, destaca uma característica indispensável ao que deseja obedecer a Deus. Deve-se obedecer em tudo, não há seleção de mandamentos, não há opção de seguir algumas coisas e ignorar outras. Quando se opta por ser alguém que quer conhecer a Deus e conquistar a Sua confiança, o único modo de demonstrar efetivamente os seus esforços é ao obedecer a Deus completamente.

A Bíblia diz também que devemos “levar todo entendimento cativo à obediência de Deus” (II Co. 10:5). Em muitas ocasiões, obedecer a Deus significa ignorar nossa compreensão humana. No começo, a escolha é difícil, mas ao conhecer a Deus, cresce em nós a vontade de fazer a vontade de Deus. Isso se chama confiança.

Leitura complementar: I Co. 1:25-29 e Hb. 11:8

2) Fp 2:8 – Obedientes até a morte (CONFIANÇA)
Obedecer até a morte é a ordenança clara para a pessoa que confia. Os vassalos dos senhores feudais, os samurais e kamikazes do império japonês, os militares nas grandes guerras. Todos estes são exemplos de pessoas que foram obedientes até a morte – e a motivação é a mesma, eles confiavam nas ordens e nos valores daqueles a quem representavam. Em Ap. 2:10, os que crêem são exortados a serem fiéis até a morte.

Os que obedecerem (forem fiéis) até o fim, receberam a coroa da vida. Os que derem ouvido (e obedecer) o que o Espírito diz às igrejas, serão os que receberão o galardão de Deus.

3) I Pe 1:14 – Filhos obedientes (HUMILDADE)
Ser obediente é traço daqueles que são filhos de Deus. Em Hb 5:5-8, é relatado o fato de que Jesus aprendeu a ser humilde pela obediência. Em Rm. 8:14-17, o autor nos diz que recebemos o direito de sermos chamados de filhos e chamarmos Deus de ‘Querido Pai’. No v.17, mostra que compartilhamos da herança e da vida de Jesus – como filhos, temos os mesmos direitos (e obrigações) que o Primogênito.

Aqui quero destacar a importância de obedecer os nossos pais aqui na terra. Em 1 Jo. 4:20 está chamando a atenção daqueles que dizem que amam a Deus mas não amam o próximo – “se não amam o irmão que conseguem ver, como conseguirão amar a Deus que não veem?”. O mesmo ocorre com a obediência – como obedecerão o Pai celestial se não obedecem os pais naturais? Lembrando o que está escrito em Ef. 6:1 – que devemos obedecer e honrar os nossos pais pois é o primeiro mandamento com promessa. Não importa se o seu pai ou mãe parece não te entender. Não importa se você discorda. Não importa se você ficou com raiva ou quer desafiar a ordem dada.
Se você quer ter um relacionamento com Deus, com seu Pai, você deve aprender a obedecer seus pais na terra. Quando eu era adolescente, mesmo quando odiava a ordem recebida, optei por obedecer – assim, conquistei a confiança dos meus pais e o apoio em minhas decisões no futuro. A mesma coisa ocorre em qualquer situação – obedecendo os professores, os gerentes, as autoridades. O obediente, ao escolher a postura humilde, adquire a confiança e recebe as melhores oportunidades. Ser obediente não é ser tonto ou aceitar qualquer coisa que é imposta – obediente é aquele que escolhe abdicar do seu suposto domínio do próprio nariz para abraçar a proposta de alguém que sabe mais.

Você quer conquistar o apoio de Deus na sua vida? Quer ganhar a confiança dEle para fazer a obra? Comece obedecendo.



12/03/2010 – Clama a Mim
12/03/2010, 8:05 pm
Filed under: Semanal

Em todo o mundo, nunca foi tão perceptível o ataque direto contra os jovens. A cada dia recebemos notícias de que alguns jovens saíram da igreja, se perderam na vida, vítimas dos vícios, das falsas amizades e da falta de fé. É fato que um dos grandes motivos para essa juventude “perdida” mesmo dentro da igreja é sim o ataque mais intenso do lado do inimigo. E poderíamos, como a maioria dos crentes faz, parar por aí, culpar tudo no diabo e seguir nessa luta com uma frente apenas – atacá-lo e/ou contra-atacá-lo.

Há sim uma batalha contra o Mal, mas muitas vezes esquecemos que ela já foi ganha por Cristo na cruz. Sun Tzu disse que para se derrotar um inimigo, o modo mais fácil é destruí-lo por dentro, criando separações dentro de suas próprias forças. Cristo disse que uma casa dividida não pode subsistir. E, receio informar, que o diabo tem usado essa estratégia na frente dos nossos olhos e não temos reagido.

Os jovens têm perecido a cada dia e tudo o que fazemos é culpar o diabo e nos lamentar. Caso seja esse o caso, temos que reclamar a vitória e a salvação deles em nome de Jesus e colocar em prática a vitória que já foi conquistada na cruz.

Mas também há um outro problema – e quando os jovens não recebem o alimento ou a instrução necessária quando estão dentro das igrejas e dos seus lares?
O que temos visto dentro de nossas igrejas são jovens que ouviram falar de Deus. Porém, não tiveram um “encontro” com Ele, não O conhecem de verdade. E essa é a base principal para uma geração doente – não conhecer a Deus.

Em Juízes 2:10 está escrito que após a morte de Josué, ergueu-se em Israel uma geração que fazia o que era mal aos olhos do Senhor. O motivo para isso, como explicado nos versículos seguints, foi que aquela geração não conhecia o Deus de seus pais e nunca ouviram falar de Seus feitos.
Em alguma situações, acabamos nos revoltando porque vemos a nação escolhida por Deus se entregando a outros deuses e cometendo pecados contra o Senhor – mas eles não tinham como saber, afinal, não conheciam a Deus, nunca ouviram dos Seus grandes feitos.

Em Salmos 145:4, temos que “uma geração louvará a Deus a outra geração” – o testemunho da geração anterior, quando ouvido pela geração atual traz o conhecimento da verdade e isso leva à fé. Romanos 10:17 nos diz que a fé vem pelo ouvir.

Posso te afirmar que se hoje creio em Deus do modo que creio, foi porque sempre ouvi minha mãe e meus avós me falando das grandes obras de Deus. não de quando Deus abriu o mar ou fez descer pão do céu. Mas quando eles foram em uma vigÌlia e viram paralÌticos andarem, cegos verem. Quando viram pessoas que eram viciadas abrir mão dos seus vícios e serem libertas. Quando me contavam de histórias de pessoas que andavam em amor e com um abraço, salvaram vidas. O testemunho deles, o louvor a Deus que Eles davam me fizeram acreditar em Deus. Isso levou a gerar fé, ainda que pequena e tímida. E isso me levou a querer conhecer a Deus.

Eu conheci a Deus porque um dia eu ouvi falar dEle. Porque nas igrejas, quando pequeno, ia na Escola Bíblica de Férias e aprendia com a tia. Porque nos retiros, tínhamos um renovo e um toque do Espírito de Deus. E, o principal, porque em casa minha família dizia e na igreja, eu ouvia os testemunhos dos mais velhos. Ouvir as palavras da boca de pregadores podem trazer aprendizado, mas ouvindo isso de quem está próximo, gera fé. E acredito que essa seja outra razão porque esta geração que perece.

Em Oséias 4:6, o profeta diz que “o povo de Deus perece porque falta conhecimento”. Nesse mesmo capítulo vemos a solução para isso – “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”. Apenas conhecer não basta, precisamos persistir no conhecimento.

Muitas vezes, os jovens estão a apenas um clamor de receber o toque de Deus. Jeremias 33:3 nos revela que se clamarmos, Ele responderá e anunciará coisas novas e grandes, que não conhecemos. Mas, como cita Paulo aos Romanos (Rm 10:13-15), como clamarão se não o conhecem? E como conhecerão se nunca ouviram falar dele?

Não temos visto mais “aquele povo barulhento”. Pessoas que testificam da grandeza de Deus no dia a dia. Acabamos nos lembrando de que Deus continua agindo quando recebemos a visita de algum missionário, quando ouvimos o testemunho de alguém que levou tiros e sobreviveu ou ainda quando alguém tem uma visão. Um Deus vivo e que opera não é mais parte da realidade das pessoas, nem mesmo daqueles que já acreditam.
Não conhecemos mais a Deus. Eu fui criado na igreja e só O conheci de verdade aos 15 anos – até então, Ele era apenas o Deus dos meu pais. Não ouço mais a igreja que se ergue como representante do Altíssimo na terra, uma igreja que realmente influencia a sociedade, que faz com que o Ancião de Dias seja conhecido pelo mundo não como um Deus fraco e do passado. Mas um Deus Eterno, Forte e que assim como fez ainda faz.

Porém, temos também visto o surgimento de uma geração, jovens como outros quaisquer, mas que se erguem como verdadeiros guerreiros, ostentando a bandeira de Jesus e do evangelho acima de tudo e todos, levando com ousadia a palavra e a verdade, louvando e adorando a Deus com liberdade. Uma geração que decidiu parar de esperar e, sim, tomar uma atitude e falar. Falar aos 4 ventos que nosso Deus vive! E ao falar, ela tem despertado no coração de tantos outros o desejo e a vontade de se reunir com Jesus. Uma geração que não fala do Deus como se fosse apenas de Abraão, Isaque, Jacó e dos seus pais. Uma geração que anuncia com orgulho que Ele é o MEU Deus. O MEU Senhor.

Uma geração que clama porque conhece. Uma geração que não se contenta em conhecer, mas prossegue em conhecê-Lo. A nossa geração.

Podemos ficar calados e esperando que Deus mande alguém de fora para que as águas do nosso tanque se agite. Ou podemos nos levantar e clamar a Deus que nos faça “agitadores de águas”. Hoje Deus te dá a opção de ser mais do que mais um “conhecedor”. Hoje Ele te dá a opção de agir como Jesus agiu – como um “redentor” no nome dEle.

Você já conheceu a Deus? Ou você ainda segue o Deus apenas dos seus pais?

O convite de Jesus hoje é para que você possa conhecê-Lo e reconhecê-Lo não apenas como seu salvador, mas como seu amigo e seu irmão . Um convite para que você O torne SEU.



05/03/2010 – Agir como Cristo
05/03/2010, 10:20 pm
Filed under: Semanal

Ser salvo é agir como Cristo.

Agir como Cristo não é negligenciar o evangelho e a nossa missão. Agir como Cristo não é se isolar em uma concha de religiosidade e julgar o mundo lá fora.

Sabe quando nós percebemos que realmente somos salvos? Que realmente agimos como Cristo? Nos momentos de pressão, nos momentos difíceis. Cada dificuldade da vida nos mostra uma oportunidade incrível de perceber o quão perto de Cristo estamos, o quão perto da “estatura de varão perfeito” estamos.

Jesus viveu sempre sob pressão. Muitos pensam que foi apenas nos momentos em que foi tentado, ameaçado ou afrontado. Muitos acreditam que foi apenas no caminho do Gólgota, toda a tortura, humilhação e morte.
A verdade foi que desde o segundo em que Ele percebeu que era o Filho de Deus, que tinha todas as hostes celestiais dos Céus a seu dispor, que com uma palavra podia mudar tudo, desde esse momento, Ele viveu sob pressão. A pressão de fazer a escolha certa, de ser exemplo, de demonstrar sabedoria, de saber acolher e também de saber repudiar. De ser santo entre os pecadores, de viver como um homem mas sabendo que era Deus.

Talvez por não entenderem a magnitude do sacrifício de Jesus, muitos não dão o real valor que Lhe é digno. O sacrifício não foi apenas Se despir da sua glória e Se fazer homem. Não foi apenas padecer e morrer em uma cruz. O sacrifício maior foi viver sob intensa pressão. E em todas ocasiões, vencer.

E essa é a chave de ser salvo. A fé sem obras é vazia (Tg. 2:14) e, apesar de não sermos salvos ou justificados pelas obras, é por intermédio delas que mostramos a quem seguimos.

Abaixo temos algumas das atitudes de Cristo que devemos seguir:

Amar os inimigos (Mt. 5:44)
Abençoar quem te persegue (Rm. 12:14)
Ser amigo de pecadores (Mt. 11:19)
Respeitar a lei dos homens (Rm 13:1-7, Mt. 22:21)

Amar os inimigos é realmente amar e querer que sejam salvos aqueles que te fizeram mal. Pode ser algo como alguém que mentiu ou falou mal de você. Mas isso também te leva a amar a pessoa que pode ter tirado a vida de um ente querido.

Ser amigo de pecadores e não pecar é um grande desafio. Andar nas trevas e ser luz, estar envolvido pelo lamaçal do erro e manter as suas vestes brancas. Estar no meio da tentação e se manter íntegro.

Respeitar a lei dos homens parece algo banal. Porém, quando não pagamos uma taxa devida, quando aceitamos troco a mais na padaria, quando mentimos na declaração do imposto de renda, quando compramos CD pirata ou quando fazemos “gato” pra pegar a tv a cabo do vizinho, em cada uma dessas situações estamos desrespeitando a lei dos homens e vivendo como alguém que não foi salvo.

E essas são apenas algumas das atitudes que temos que ter para agirmos como Cristo. Cada dia que passa, por mais que aprendamos e vamos nos corrigindo, percebemos que ainda há muito pela frente. Por isso somos incentivados a orar sem cessar (I Ts. 5:17), estar atentos às palavras de Deus (Pv. 7:24) e ocupar a nossa mente com aquilo que é bom (Fp. 4:8).

Ser salvo é muito mais que simplesmente ler e decorar a BÌblia. É cumprir (Tg. 1:22) a palavra. E viver a palavra é agir como Cristo.