Semeando Esperança


21/07/2011 – A raiz do relacionamento
21/07/2011, 10:12 am
Filed under: Semanal

Todo relacionamento tem uma raiz de existência, seja o interesse comercial entre empresas, o afeto com seu animal de estimação ou o de direção comum com os outros carros quando se está no trânsito. O relacionamento com nossos amigos e familiares também possuem uma raiz – seja o fator consanguíneo, a proximidade (morando na mesma casa), a oportunidade (trabalhar ou estudar no mesmo lugar) ou a admiração e respeito. Há um fator principal que te dá motivação para manter um relacionamento com alguém e esta raiz determina como será o crescimento e os frutos do relacionamento.

Com Deus, o nosso relacionamento passa pelo mesmo crivo – há pessoas que se relacionam por interesse (pelas promessas e bençãos), desespero (quando se precisa de cura), temor (não querer ir para o inferno) e outros motivos mais. Em algumas das últimas reflexões (Sem Trampolins ou Atalhos e Querer ou Precisar), tenho abordado a questão da necessidade de um relacionamento com Deus com a motivação correta. Por este motivo, destaquei três motivos que vemos na Bíblia que exemplificam os tipos de raízes e o tipo de fruto que ela pode gerar:

01) Arrependimento – Zaqueu, Nabucodonosor, irmãos de José

Arrepender-se faz parte da caminhada cristã, isto é fato. Jesus disse que temos que nos arrepender e tomar nossa cruz, Deus disse para Israel que quando o povo se humilha e se arrepende, Deus se move em favor dele. O que acontece muitas vezes é que o relacionamento da pessoa com Deus fica baseado no arrependimento. Para isso, a pessoa tende a ficar em um ciclo de erro -> arrependimento, pois a única forma em que a pessoa se aproxima (ou se sente próxima) de Deus, é pelo quebrantamento que surge ao se arrepender. O arrependimento é indispensável, mas não pode ser a raiz do nosso relacionamento, pois ficamos presos à necessidade de errarmos para, assim, nos aproximarmos de Deus.

02) Livramento – Jonas, Sadraque, Mesaque, Abdenego, Daniel

Semelhante ao arrependimento, o livramento é parte inerente da vida do cristão. Em Romanos 8:36 está escrito que “somos entregues à morte todo dia, porque amamos a Deus”. Em II Coríntios 4:11, Paulo também diz que “os que vivem, são entregues à morte”. Livramento não é apenas de morte, mas de qualquer situação que possa nos desviar dos caminhos de Deus – das tentações (como oramos no Pai Nosso), da violência (Salmo 140) e outros. Se o nosso relacionamento com Deus se basear apenas no livramento, ficamos preso à necessidade de passar por estas situações para nos sentirmos próximos de Deus. Se o livramento bastasse, Jonas não teria pregado para Nínive, Daniel não teria persistido e tido visões após ter sido liberto da cova dos leões, Pedro não teria continuado o seu ministério após ter sido liberto da cadeia pelo anjo.

03) Conhecimento – Davi, Abraão, Moisés, Oséias, Habacuque

Em João 15, está escrito que nós estamos arraigados em Cristo e que Ele, ao nos analisar e conhecer, nos limpa para que demos frutos. Temos que arraigar nosso relacionamento no conhecimento de Cristo, pois apenas assim realmente seremos capazes de dar os frutos que ele busca de nós. Se o relacionamento é baseado no desejo de conhecer a Cristo, seremos segundo o coração de Deus (Davi), amigo de Deus (Abraão) e escolhido por Deus (Moisés). Se o relacionamento tiver a raíz no arrependimento, no livramento ou em qualquer outra base que não seja o conhecimento de Deus, mesmo que demos fruto, não teremos constância no relacionamento. Quando desejamos crescer em Deus, ele tira nossas raízes que estão presas ao mundo, às emoções e condições humanas e nos arraiga em Cristo. Se fizemos como Oséias nos diz que devemos “conhecer e prosseguir conhecendo a Deus”, não apenas daremos frutos, mas saberemos como agir, como pensar e como tomar decisões da forma que Deus nos ensina.


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